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A decepcionante despedida do Oi Oi Oi

Chegou ao fim na última sexta-feira, 20, a novela mais comentada dos últimos tempos, Avenida Brasil. O último capítulo da obra de João Emanuel Carneiro chegou a dar 51 pontos de audiência, segundo o IBOPE, e em sua reta teve repercussão internacional.

A novela do “Oi Oi Oi” deveria ser considerada a novela que brindou os 60 anos da criação desse gênero na TV pela Rede Globo, e não O Astro, no ano passado. A primeira obra, Sua Vida me Pertence, foi ao ar em 21 de dezembro de 1951. O mérito não está no fato de ter mostrado algo novo, pelo contrário, a obra apresentou os clichês clássicos dos “novelões” e o que se espera dos folhetins: brigas, paixões, desejo de vingança, o famoso “quem matou?” etc.

Entretanto, nem com a ótima audiência, nem com comentário do ex-presidente Lula, nem a mudança do horário de comício pela presidenta Dilma, nem mesmo sendo comparado como final de Copa do Mundo, nem a repercussão internacional, a novela da Carminha pode se eximir de erros em seu desfecho que deixou os noveleiros decepcionados. Nem o fato da vilã ganhar o status de protagonista, Carminha, foi algo inédito! Quem não se lembra da memorável Nazaré Tedesco de Senhora do Destino?

Cadê o filho da Suélen com seus dois maridos, Roni e Leandro? E afinal, Roni era gay, bissexual, ou um ET? Santiago, que mais parecia o doutor cientista Albieri, de O Clone, loução, morreu na cadeia? A pobre menina Ágataa, que fim levou? Conseguiu emagrecer, virou dançarina famosa? Ou a chatíssima garota ficou internada numa clínica?

E Adauto ser traumatizado por causa de chupeta e ainda rouba a última cena? O que foi o congelamento da bandeira do Divino Esporte Clube? A novela que parecia ter inovado (e em alguns aspectos inovou: todo mundo falando ao mesmo tempo, poucos personagens para uma novela das 21h, texto ágil) deixou um gostinho de decepção. E a maior decepção teria sido Carminha, a dona da novela do começo ao fim, a bruxa e madrasta malvada, virou a coitadinha.

Todo mundo com medo do apagão na hora da novela, como foi anunciado na mídia, e o apagão foi da chama da ficção que iluminou os corações de milhares de brasileiros que por 179 capítulos esqueciam seus problemas para acompanhar os planos de vingança de Nina e das safadesas de Cadinho, os problemas dos moradores do Divino.